Por vezes lá estou eu correndo na praia. Quando o faço é raro olhar para o fim do caminho que irei percorrer, costumando rebaixar o olhar para o chão onde passo, enxergando cada passada que dou. Percorro vários metros e não penso no cansaço, nem sequer no longo percurso a que me propôs fazer. Continuo a correr. Em cada passo que dou, vou pensando na minha vida, principalmente, nas tristezas desta. Não paro. Corro como se fugisse dessas mágoas que me fazem padecer, como se percorresse um trilho repleto de obstáculos que costumam presenciar naquele local. Desvio-me deles, deixo-os para trás. Avanço como se o destino fosse tudo aquilo que eu quero: a felicidade. Mesmo ofegante, não desisto. Perto do fim ergo a vista e corro com todas as forças que me restam, ainda mais rápido, esperando chegar ao local que proferi. Faço desta corrida uma viagem rumo à felicidade. E assim, realmente, percorri sete mil e duzentos extensos, mas breves metros. Acabo entrando pelo mar a dentro, limpando os meus pensamentos, boiando sobre a água. Avisto o céu.

6 de Agosto de 2012