É difícil saber por onde começar.
Existe tanto, mas ao mesmo tempo, nada para dizer, porque tu conheces-me. Sabes o
quanto eu adorei passar mais uma tarde contigo, daquelas que já não passava há
cerca de quatro meses. Sinceramente, há bastante tempo. Mas embora o tempo vá
passando, mesmo contigo não estando sempre presente fisicamente, possuo-te
constantemente dentro de mim. E a verdade é que eu não escolho isso. Sim, até
já tentei, mas não resultou. Foi demasiado complicado ter de me despedir de ti
antes de ir, quando eu, durante toda aquela tarde, nem sequer pensei nisso. O
tempo ia passando e eu nem me lembrava que aquele tempo teria um fim. Já que o
normal é o tempo não ter fim. Mas aquele tempo tinha. Somente queria que ele
continuasse como estava a decorrer e que não tivesse um final. Porque realmente
custa. Chega perto da hora de partir e cada segundo torna-se uma vida naquele instante.
Uma vida de passagem curta. Demasiado curta. Porém, tento aproveitar todo esse
pouco e escasso tempo que possuo contigo para poder olhar uma vez mais para ti.
Para rever a tua face bela, a tua expressão tola e cada traço perfeito teu. O
teu último sorriso! O tempo vai passando, mas aproveito cada segundo para me
prender a ti só mais um pouco. Por fim, chega a hora de ir. De cessar o meu
sorriso, de mudar o meu eu, e de revelar umas quantas lágrimas que sustentava
desde o início daquela tarde. Lágrimas de saudade, tanto tua como minha. E
nossa também. Porque como disse, já há muito que não me sentia tão bem. Tão
simples e autêntico. Tão eu. Mas todo este eu devesse a ti como sempre se
deveu.